Informações do Município
História
O povoamento de Alagoinhas foi iniciado no final do século XVIII, quando um padre português, cuja identidade não foi guardada pela História, fundou uma capela no município, em louvor a Santo Antônio, em torno da qual forma-se o povoado de Santo Antônio das Alagoinhas, cujo nome se deve às muitas lagoas pequenas existentes na região.
É criada, por Alvará datado de 7 de novembro de 1816, a Freguesia de Santo Antônio das Alagoinhas, subordinada à Vila de Inhambupe.
Por ser um importante ponto de passada para boiadas e de acesso para o Sertão (daí o título dado por Ruy Barbosa à cidade, “Pórtico de Ouro do Sertão Baiano”), a freguesia prospera e recebe muitos habitantes, vindos principalmente de Inhambupe (vila da qual pertencia), Irará e Santo Amaro. Como consequência, se inicia, por volta da década de 1840, o processo de emancipação da freguesia.
Em 16 de junho de 1852, a Freguesia de Santo Antônio das Alagoinhas é desmembrada de Inhambupe e elevada à categoria de vila, com o mesmo topônimo, sendo instalada em 2 de julho do ano seguinte, com a posse da primeira Câmara Municipal e do presidente do Conselho, o coronel José Joaquim Leal.
O grande desenvolvimento e crescimento populacional da vila veio devido à abertura da Estação Ferroviária (inaugurada em 1863), pertencente à Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco, pois ela era centro de atividades econômicas, devido ao grande fluxo de pessoas e mercadorias. Com isso, a Vila de Santo Antônio das Alagoinhas é elevada à categoria de cidade, pela Lei Provincial n.º 1957, de 7 de julho de 1880, tendo seu topônimo simplificado para “Alagoinhas”.
Em 18 de novembro de 1880, foi construído um dos maiores símbolos de Alagoinhas, a Segunda Estação de São Francisco. Erguida em estilo inglês, com a estação de passageiros em estilo francês, possui todo o material importado da Inglaterra, e é a única réplica do mundo de outra estação em Liverpool. Até hoje, todos os tijolos utilizados na sua construção possuem os nomes dos fabricantes ingleses e franceses.
Em 1897, Alagoinhas teve um papel fundamental durante a Guerra de Canudos, quando acolheu tropas federais e estaduais, que utilizavam a cidade como rota para o destino final. A cidade ainda prestou assistência e mantimentos aos soldados feridos que a utilizavam como ponto médico.
A década de 1920 foi um momento de revolução arquitetônica e tecnológica na cidade, com a inauguração da Santa Casa de Misericórdia, do Serviço de Transportes Coletivos, do Coreto Municipal, e da Capela “da Praça Kennedy”, além da chegada da energia elétrica em 1924, com o auxílio e o trabalho dos irmãos Robatto.
Em 11 de novembro de 1931, por meio de um plebiscito popular, Alagoinhas passou a se chamar “Cidade Joaquim Távora”, em homenagem ao irmão do tenente Juarez Távora, que comandou a revolução que acabou com Getúlio Vargas no poder, mas o nome não pegou e a cidade continuou com a denominação antiga.
Alagoinhas também contribuiu durante a Segunda Guerra Mundial, onde diversos jovens se ofereceram para viajarem na frente brasileira de batalha na Itália e se juntaram aos outros “pracinhas“. Após a vitória aliada e o retorno de vários deles à cidade, o Totem dos Pracinhas foi erguido em 1972, em homenagem aos pracinhas Dionísio Chagas e Evilásio Assis, mortos em combate.
A década de 1950 também foi importante no rápido desenvolvimento da cidade, pois houve a instalação de um complexo sistema de rede de esgotos na parte central do município, beneficiando famílias e trabalhadores. Além disso, diversos centros culturais e de lazer, como a biblioteca central, foram instalados na cidade. Vários centros públicos obtiveram reformas que acabaram ampliando a beleza arquitetônica da cidade. Ainda durante esta década, foi construída a Catedral de São Francisco, com estilo italiano único na região, investe na altura e na diversidade de torres. É uma réplica da Catedral de São Francisco de Ascoli Piceno, na Itália.
Em 1964, foi descoberto um poço de petróleo no município, o MG-1-BA. Três anos depois, já haviam 30 poços, motivo que fez com que a Petrobras se instalasse no município, gerando seu desenvolvimento e aumentando os investimentos, mas também crescimento desordenado, deixando várias pessoas sem saneamento básico e acesso aos serviços de saúde.
Com o desenvolvimento ferroviário e a descoberta de poços de petróleo, Alagoinhas cresceu bastante economicamente, tornando-se polo de sua região. Se voltou aos serviços, portanto seu desenvolvimento se deu, principalmente, no comércio, polarizando mais de 30 municípios vizinhos.
Em 10 de junho de 2010, o então prefeito Paulo Cezar assinou, juntamente com o então presidente Lula, a adesão e o reconhecimento de Alagoinhas como sendo uma cidade patrimônio Histórico do Brasil, devido aos seus inúmeros casarões e igrejas que remontam a séculos passados, ainda em estado de conservação assegurado.
Alguns alagoinhenses se destacaram bastante no campo da literatura e educação, como Maria Feijó (1918), José Olívio Paranhos Lima (1955), o poeta e dramaturgo Lázaro Zacaríades, o poeta, professor e pesquisador acadêmico Ednaldo Soares, publicado no Brasil e na Itália, e o escritor e mestre em Linguística Adson Vasconcelos (1965), autor de diversos livros didáticos, pedagógicos e literário.